03 Janeiro 2013, por João Maltez
Mesmo em ano difícil o propósito é duplicar a facturação
Empresa exporta o que produz para os países europeus em melhor situação económica. Além de continuar a aposta, quer diversificar mercados
Alexandre Magalhães defende a redução dos custos da factura eléctrica para a indústria exportadora.
Empresa Enerpellets
Actividade Produção de combustível a partir de resíduos florestais
Trabalhadores 85
Propósito para 2013: duplicar a facturação
Mesmo num ano que, como reconhece, se adivinha difícil, Alexandre Magalhães, administrador da Enerpellets, tem um propósito ambicioso para 2013: "A perspectiva é mais do que duplicar a facturação, pois acabámos de arrancar com uma nova unidade produtiva".
É um argumento forte, mas que ganha outro peso quando se sabe que esta empresa, que transforma resíduos florestais em combustível renovável, exporta tudo o que produz. Depois da fábrica de Pedrógão Grande, a de Alcobaça. Com as duas unidades a trabalhar, a facturação anual da Enerpellets deverá ascender a cerca de 25 milhões de euros.
É uma nova realidade aquela que a empresa vive, mas que não afasta a necessidade de minimizar eventuais impactos da conjuntura negativa que poderá continuar a marcar o País em 2013. Alexandre Magalhães diz mesmo que, após a abertura da segunda unidade fabril da empresa, a estratégia passa "por apenas fazer investimentos de reposição da capacidade, dada a dificuldade de acesso ao crédito e do alto nível das taxas de juro".
Com o foco do negócio centrado lá fora, a diversificação de mercados de exportação - "bem como o tipo de clientes, designadamente industriais, comerciais e residenciais" - é outra das apostas já desenhadas pelos responsáveis da Enerpellets. Esta é uma empresa que tem nas centrais termoeléctricas da Suécia, da Dinamarca, da Bélgica ou da Holanda os seus principais clientes. Em vez do carvão fóssil, as congéneres da EDPnestes países europeus são alimentadas pelo combustível que esta empresa nacional produz a partir de resíduos florestais.
Em termos directos, as unidades fabris de Pedrógão e de Alcobaça empregam entre 85 a 90 pessoas. Porém, indirectamente, geram entre 500 a 600 postos de trabalho, tendo em conta os cerca de 300 fornecedores que colaboram com a empresa.
"As nossas unidades são no interior, na zona da floresta, e criamos muito rendimento. Os nossos fornecedores são pequenas e microempresas de exploração florestal, que nos fornecem os resíduos. Normalmente são empresas familiares", explicou ao Negócios o empresário Alexandre Magalhães.
Até pelas razões expostas, o administrador da Enepellets sente legitimidade para fazer algumas reivindicações quanto ao tipo de política que o actual Governo deveria seguir no próximo ano.
"Gostaríamos de ver apoios às empresas exportadores de cariz industrial, nomeadamente em termos de redução dos custos da factura eléctrica, já que é um factor de produção fulcral para a indústria e consequentemente para a competitividade exterior desta. Seria um modo de incentivar a reindustrialização dos País", defende Alexandre Magalhães.